(Antes de começar, só quero explicar que esse é o primeiro conto que eu posto, mas que quando eu puder postarei outros, espero que gostem e se puderem comentem! bjos)
I can’t get you out of my mind
Estava andando pelas ruas de Los Angeles, havia acabado de me mudar, comprei uma casa razoavelmente grande, seria uma experiência nova longe de toda a minha família. Mas a decisão de me mudar me deixara muito feliz, uma nova vida, novos planos, novas pessoas pra conhecer.
Entrei em uma livraria para dar uma olhada, ler era uma de minhas paixões, comprei um romance que me interessou e saí meio distraído avaliando o exemplar. Foi quando acabei esbarrando em uma garota e fazendo-a derrubar seu caderno e um livro. A ajudei a recolher suas coisas e ri ao perceber que era o mesmo livro que eu acabara de comprar.
Apenas quando o entreguei foi que a vi, meu coração disparou ao olhar em seus lindos olhos verdes, meio constrangido por tê-la encarando comecei a falar:
-Perdão, eu não quis fazer com que derrubasse suas coisas. – Disse quase gaguejando.
-Não foi nada! O livro é ótimo. – Disse com o sorriso mais lindo que eu já vira em toda a minha vida, eu não me esqueceria dele.
-Eu sei que apenas nos esbarramos, e que nem sei se eu deveria lhe perguntar qualquer coisa, mas qual o seu nome?
-Meu nome é Megan, e o seu?
-Jerry. É um prazer te conhecer.
-Igualmente. – Disse olhando para o relógio. – Desculpa, mas eu preciso ir estou atrasada.
-Está bem, mas...
Ela já estava correndo e não podia mais ouvir, seu perfume continuava suave no ar. Nunca havia acontecido algo assim, apenas sabia seu nome, mas meu coração se alterava quando eu pensava nela. Bem, talvez eu nunca mais a visse, não podia ficar pensando nisso, do contrário me magoaria.
Cheguei a minha casa, algumas horas depois um caminhão chegou trazendo minha encomenda estava esperando por isso há muito tempo. Um piano que eu vira numa loja enquanto andava, fiquei apaixonado, nunca pude comprar um, mas agora com a nova casa eu podia tê-lo.
Depois de colocado na sala e afinado, comecei a tocar, era magnífico, até que resolvi compor, minha inspiração não foi oura senão Megan, não conseguia tirá-la da minha mente eu precisava compor algo para ela.
“When I saw you I felt this, I’m speechless now,
I can’t forget your voice I’m falling down
I don’t know if I’ll see you one more time
But I know you’re only thing in my mind!
I’m singing, I’m calling for you, falling in love for you,
What more can I do? What more can I prove? ...”
Fiquei por um bom tempo escrevendo, depois comecei a ler o livro, ela tinha toda razão era realmente ótimo, estava totalmente compenetrado até que meu celular tocou.
-Alô? – Disse com a voz um pouco cansada.
-Oi Jerry! É o Simon, só liguei pra te lembrar da festa daqui a duas semanas, você vai certo?
-Claro! Eu estou mesmo precisando me divertir.
-Certo! Então nos vemos depois.
-Tchau, até mais!
Perfeito uma festa iria me ajudar, assim quem sabe eu não ficaria sofrendo ao pensar que nunca mais veria Megan. Fui dormir, havia sido um longo dia eu precisava descansar.
Desde aquele dia eu me pegava sorrindo ao pensar no meu encontro com Jerry, algo nele que eu não sabia explicar havia me feito pensar que havia algo familiar, acolhedor e... Perfeito em seus olhos, na sua voz e no seu jeito.
Eu havia começado a me sentir ainda mais inspirada desde então, escrevendo tantas coisas, tantos versos, textos que falavam dele. Mas eu jamais o veria novamente, não deveria me sentir daquela maneira, só o vira uma vez, só sabia seu nome, só sabia que inevitavelmente estava me apaixonando por ele, não conseguia lutar contra tal sentimento.
Quando ele sorriu, senti meu coração aquecer, quando falou senti o mundo girar, quando nos olhamos fixamente nos olhos senti que queria estar ao lado dele... Mas era insano pensar assim, eu sofreria se continuasse a me imaginar nos braços daquele lindo rapaz.
Fui comprar um vestido novo depois da aula na faculdade. Encontrei um perfeito, por alguns instantes imaginei olhando no espelho como seria se ele me visse vestida daquela maneira, será que iria gostar? Será que me acharia bonita? Afastei o pensamento da minha mente com toda a força que ainda tinha me iludir numa hora dessas não seria o melhor.
Minhas amigas estavam preocupadas por eu andar distante daquela maneira, mas nada era melhor do que chegar a minha casa e poder escrever, poder tocar meu piano que eu tanto gostava. Será que ele também gostava de música? Será que tocava algum instrumento ou cantava?
De repente o telefone tocou, fui correndo atender:
-Megan é a Luce.
-Oi! Tudo bem?
-Tudo sim e você?
-Bem! Mas e aí, qual é a notícia agora?
-Nenhuma, só pra confirmar o lance de semana que vem, você vai né?
-Acho que sim...
-Você tem que ir! Você promete que vai?
-Tudo bem, eu vou.
-Te espero lá então, beijos.
-Tchau, beijos.
Voltei para o que estava escrevendo, era inevitável que ele não esteve presente no que não houvesse parte dele em minhas poesias.
“Esperando uma única chance de lhe ver novamente,
Foi inevitável não entregar meu coração a este sentimento
Eu me sentia abandonada, completamente desolada,
Mas nada se compara a não lhe ter aqui,
Eu não tive forças pra resistir, não sei como esquecer,
Amor tão repentino, só consigo pensar em você! ...”
Ao menos quando eu saísse com Luce talvez me distraísse conhecendo tantas pessoas novas, tantas que pudessem ser interessantes, não pensar um instante sequer nele parecia tão difícil, mas eu tinha que tentar pelo meu próprio bem, antes que fosse tarde demais pra evitar a dor e o sofrimento que me destruíram.
Eu me empenharia nisso, em não pensar, não desiludir, para depois não sofrer, pois vê-lo foi um acaso, nada, além disso! Eu precisava seguir em frente, esquecer da única pessoa que provocara tal sentimento em mim, com tanta intensidade...
Estava pronto pra ir à festa, de certa forma me sentia ansioso pra chegar logo, ouvir a música alta e não pensar em nada, porque se eu pensasse ficaria sofrendo, mas esta noite eu queria poder me sentir animado, agitado!
Eu estava dirigindo, enquanto Simon estava no banco do carona olhando pela janela, comecei a cantar junto com o rádio pra ir me distraindo, ele apenas riu. Às vezes tocávamos juntos, ele era meu melhor amigo podia contar qualquer coisa a ele, Simon me conhecia como se fosse meu irmão mais velho.
-Você ainda anda pensando na tal de Megan né?
-Sim... Mas não posso continuar assim, é quase impossível que a veja mais uma vez.
-Já pensou no que faria se a visse novamente?
-Ficaria todo o tempo que pudesse perto dela e não a deixaria ir, antes de poder dizer o que estou sentindo, ou ao menos pedir seu telefone.
-Entendo, acho que ficaria assim também se estivesse no seu lugar.
Estacionei o carro, então fomos para a entrada, estava bem cheio e agitado quando chegamos então Simon me apresentou alguns amigos e resolvi ir dançar. A música estava boa, eu me sentia um pouco melhor. Mas depois de um tempo fui pegar algo para beber.
Resolvi me afastar e tomar um pouco de ar, quando alguém passou por mim e antes que eu pudesse ver seu rosto já havia passado por mim, eu apenas pude sentir seu perfume, o mesmo que não saía da minha lembrança.
Olhei em volta, e avistei uma garota o cabelo era do mesmo tom castanho, comecei a segui-la, estava usando um vestido branco, quando a alcancei segurei sua mão e ela se virou.
Meu coração não se conteve ao poder estar perto da garota que ocupava todos os meus sonhos, eu estava sem palavras, minha mente girava tudo o que eu mais havia desejado estava acontecendo.
-Jerry?! O que está fazendo aqui? – Disse animada e me abraçando.
-Vim com um amigo. Não esperava encontra-la aqui, é tão bom vê-la!
-O que acha de conversarmos um pouco?
-Claro! Mas vamos sair da pista de dança primeiro. – Disse rindo.
No afastamos o suficiente para que a música não fosse mais tão alta, assim não precisaríamos falar alto.
-Eu achei que se esqueceria de mim. – Disse a olhando nos olhos, nos olhos mais lindos que eu já vira.
-Não poderia me esquecer de você, uma pena ter sido tudo tão rápido, queria ter conversado mais com você naquela tarde, mas eu tinha uma apresentação.
-Uma apresentação? Desculpe a curiosidade, mas do que era?
-Eu toquei piano para um pequeno público.
-Você toca piano? Isso é perfeito! Quer dizer eu também toco piano, alguns outros instrumentos... Mas você compõe?
-Às vezes. Agora eu estou curiosa pra saber se você compõe.
-O máximo que posso! Quase sempre quando me acontece algo eu escrevo.
Conversamos por muito tempo, enquanto caminhávamos, depois dançamos um pouco. Quando fomos ao jardim, ela sorriu pra mim iluminada pela luz da lua, ainda mais linda que da última vez, o seu vestido tinha detalhes delicados, peguei uma rosa que estava ali e dei a ela. Megan sorriu e pousou um beijo em meu rosto, dessa vez eu não a perderia como da última vez, mas ao contrário do que pensei não tive coragem de me declarar, tive medo de que ela não sentisse o mesmo.
Estava ficando tarde, ela me perguntou que horas eram já havia passado das onze.
-Tenho que ir, Luce deve estar me esperando. – Disse me abraçando forte e me beijando mais uma vez no rosto.
-Espere! - Disse segurando sua mão – Me dê ao menos seu telefone, por favor!
Ela me passou e se foi, eu estava completamente feliz, sem saber explicar o quanto, ter descoberto tanto sobre ela, tantas coisas em comum, as quais eu sempre esperei encontrar numa garota.
Passados alguns dias depois da festa resolvi dizer o que sentia, não podia mais me conter, o sentimento só crescia dentro de mim, nos falamos por telefone desde a festa por várias vezes, mas não nos vimos pessoalmente.
Até que tomei a decisão que faria algo especial para ela, algo do qual Megan fosse gostar e se lembrar. Preparei tudo com o maior cuidado para que fosse uma surpresa, pedi ajuda a Simon que ficou feliz por tudo que havia acontecido.
Mandei uma mensagem pra ela pedindo que me encontrasse no lugar que havia preparado tudo. Estava ansioso esperando que ela pudesse gostar.
Escolhi uma roupa assim que Jerry me mandou a mensagem. Quando cheguei eu não o vi, estava ficando ansiosa, seria a primeira vez que nos veríamos depois da festa. Não tive coragem de dizer que estava apaixonada. Mas agora que ele havia me chamado, talvez pudesse ser um bom momento para contar a ele.
Nos dias que se seguiam conversar com ele havia sido ótimo, nos conhecemos, ele era perfeito, ele era quem eu sempre esperei. Um arrepio me tomou quando eu comecei a ouvir minha música preferida começar a tocar, mas quem estava cantando na verdade era Jerry. Olhei para trás e o vi com o violão vindo em minha direção, cantando e sorrindo para mim.
Mal conseguia acreditar que aquilo estava realmente acontecendo, eu estava tremula, não conseguia respirar direito, mas nunca havia sentido que algo pudesse ser tão certo, tão real, quanto o que eu sentia. Depois de terminar a canção ele se ajoelhou a minha frente.
-Megan, nós nos conhecemos há pouco tempo, mas isso já foi o bastante para eu descobris o quão incrível você é. A intensidade com que eu me apaixonei por você não se compara a nada! Eu não consigo parar de pensar em você por um só instante, sinto sua falta o tempo todo. Tudo o que posso dizer é que eu te amo como jamais fui capaz de amar antes, e como jamais serei capaz de amar qualquer outra pessoa, pois é ao seu lado que eu quero estar.
O abracei forte, podia sentir seu coração batendo tão rápido quanto o meu, fiquei assim por um bom tempo antes de conseguir falar algo.
-Jerry, desde que nos vimos nada mais foi como antes, eu senti como se não houvesse nenhum outro lugar no mundo que fosse perfeito pra mim senão ao seu lado. Eu preciso de você perto de mim, saber que você me ama como eu amo você é a melhor coisa que poderia me acontecer! Eu te amo.
Então ele começou a cantar uma música que havia feito para mim, eu estava chorando e a chuva começou a cair, então nós nos beijamos, nos braços dele eu senti o mundo girar rápido, me senti caindo e retornando, voando e perdendo todo o meu fôlego, nada se comparava ao que estava acontecendo. Amávamos-nos, nos conhecíamos há tão pouco tempo, mas a intensidade do que aconteceu superou tudo, era tudo pra mim, o mais importante da minha vida!