sábado, 23 de abril de 2011

A última ilusão

Olhos fixos nada enxergam
Fitam o vazio sem razão
Alma e coração não se libertam
Ficam a espera de algo vão

Como é triste o sonhador
Tomado pela loucura sem clemência
Como é triste o sonhador
Já perdera quase toda a consciência

Desejou ter asas e voar
Viu sua imagem refletida
Triste e abatida
Mas esperançosa no olhar

Imaginou asas surgindo
Do alto de um prédio olhou a cidade
A fantasia foi assumindo
Todo o poder sobre a realidade

Pés descalços tocaram o chão frio
Abriu os braços e sentiu o vento
A sensação lhe provocou um arrepio
Enfim havia chegado o momento

Fechou os olhos e saltou
Sem temer e sem pensar
A insanidade o derrotou
Ele achou que estava a voar

Tão profundo era o delírio que o consumiu
O corpo inerte e frio ali permaneceu
A solidão foi a mal que lhe feriu
O triste sonhador tão jovem pereceu...



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