segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Delírio


Vem assassino cruel
E me mata mais uma vez,
Com meus versos teço a corda
Para a forca que me condenei
Sem poder ter tuas mãos nas minhas...

Então ainda me perguntas
A noite toda sempre o mesmo
“Como te chamam?”
E angustiada por dentro respondo na penumbra
“Me chame cretina, me chame ilusão!”

Sou ilusão quando estou de partida
Nada é real em meu mundo
Apenas sonho, apenas eu ilusão...

Sou cretina quando acredito na mentira
Quando ouço teu nome num sussurro mudo
E entrego minhas lágrimas na solidão...

O sorriso de menina no rosto
A angústia de mulher na alma
Como o melhor impostor, faço parecer o oposto,
Da dor que habita meu pobre coração sem calma...

Então venha assassino cruel
Mate-me de uma vez
Pois em tuas mentiras acreditei
E cretina ilusão me tornei!

Nessa escuridão de um eterno inverno
Imploro por teus beijos
Mas o paraíso se torna inferno
Quando tudo o que tenho são os versos
Resta o desespero, a inveja e a desolação.

É doce e amarga,
Singela e arrasadora,
Essa triste marca
Que me desalenta e me esmaga!

Cruel mais desejada
Esta triste perfeição
E mesmo condenada
Sorrio sem razão!

Esquece tua sanidade
Escuta-me a sussurrar
Só na poesia há verdade
Então vem me torturar

Que os lábios que tu beijas
São doces e quentes não posso duvidar
Mas não é deles que saem
As palavras que te fazem delirar!

Sonho belo, minha linda distração,
És mais do que amor
É s mais do que paixão
És e sempre será meu delírio de verão...


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